quarta-feira, 7 de março de 2012

Entre Agosinho e Apatow


“ Mas o que amo, quando te amo?”

Folheando um famoso comentário a obra de Santo Agostinho me deparei com essa citação do próprio Agostinho, o que me leva a refletir acerca do filme que vi ontem a noite antes de adormecer. O filme em questão é uma suposta comédia que me foi indicada pelo meu irmão-amigo Wesley de Castro e dirigida pelo cineasta Judd Apatow, até então ignorado por mim, tendo em vista que eu nunca fui com a cara da publicidade que gira em torno de suas produções, estas são lamentáveis naquilo em que anuncia, geralmente as cenas em destaque são de absoluto mau gosto quando destituída de seu contexto original e alinhada a uma típica produção de comédias insossas típicas do cinema americano.

Recentemente vi um filme roteirizado e produzido pelo Apatow e fiquei absolutamente encantado e entregue ao tipo de drama disfarçado de comédia que ele costuma criar e por mais que meu melhor amigo teimava e insistia para que eu assistisse, eu não lhe dava crédito, por isso essa publicação é um retratação pública com ele e com o cinema proposto pelo cineasta supracitado.

No filme que assisti ontem um famoso e bem sucedido astro-comediante vivificado de forma surpreendente pelo ator Adam Sandler descobre que tem um tipo raro de câncer, paralelamente um um grupo de amigos comediantes tentam alçar a fama, sendo que um deles é contratado pelo astro para escrever piadas. A medida que a narrativa avança eles vão se tornando amigos e o famoso comediante vai se recolocando de volta à vida, inclusive quando tenta reconquistar uma antiga paixão. A muito mais nesse roteiro cheio de reviravoltas que mantém uma tensão salutar entre o drama, a comédia e a crítica ácida ao aos tempos atuais e ao mundo dos comediantes em que a própria trupe do filme se inscreve, mas ainda assim, a interrogação que inicia esse texto é o que mais faz desse filme uma obra de pura vida e de pura entrega a algo que talvez não seja passível de resposta.

J.

2 comentários:

Pseudokane3 disse...

Jadson...

Juro que um arrepio grande me toma de assalto o corpo (ou a alma) agora.

Descobri este filme recentemente e, no mesmo instante, desejei que tu o visses. É impressionante o quanto o diretor despeja drama nesta comédia fabulosa, estranha, atípica, longa, supra-biográfica, genial... pensei em nós quando o vi, pensei em todos os erros que cometemos e, principalmente, em todos os erros que remediamos, daquele modo tão confessional que o Santo Agostinho tanto nos reensina a valorizar...

À medida que o tempo passa e nossos caminhos tomam rumos diferentes, fico contente por saber que um produto midiático tão malfadadamente publicizado nos obrigue a uma recomposição eterna que não distingue distâncias geográficas: juro que me emocionei ao saber que o filme funcionou contigo... Juro!

E, para piorar, o Seth Rogen está fisicamente lindo aqui. Estou ficando obcecado por esse tipo de menino gordinho (risos)

WPC>

Jadson Teles disse...

Wesley, juro que derramei gotas de lágrimas e sim você esteve comigo neste momento...