quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

De volta ao Cerrado e

Dizem que existe um veado do Cerrado.
Esperando no aeroporto por novos dias.
Ansioso para voltar à rotina.

O avião decolou as 5:15h

foi bom chegar qui em Brasília me sinto bem, eminentemente bem. no voo muitos idosos e muita gente com cara séria. inclusive eu.

No aeroporto perambularei até as 12:39 Quando enfrentarei outro voo.

Quero ver um filme, vou ver um filme hoje a noite, ainda não sei qual, se tudo der certo um musical. Talvez vá algum cinema ver o filme do Scorsese,

se não espero amanha quando chegar em Belo Horizonte e faz frio aqui. aliás me sinto bem no frio um doce tristeza que me encanta.

Sentirei saudades de meus amigos, muitas, mas eles são lindos e foi bom saber que cultivamos hodiernamente uma relação forte, constante e apesar das distâncias, nossos corações no entanto estão perto e por mais que está última frase soe clichê ela é verdadeira, eu creio nela e é plena de justificação e se alguém poem em dúvida nunca achrá certeza põe essa é só pra quem sente, apesar das evidências. (risos)

O avião pousou as 8:35.

J.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

"EU NOS AMO"


Como sempre O OSCAR acabou por decepcionar.
Mas quem tem amigos de com força não passa apuros.
EU AMO ESSE POVO! AMO!!!!!!!!!!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Dos mesmos e de alguns outros


Próxima quarta volto para Brasília ou melhor Goiânia. Reajustar as coisas, recolocar os livros debaixo do braço, recomeçar uma rotina. Enquanto tudo aponta para uma relocação de moradia, já que devo me mudar de forma definitiva e ao mesmo tempo de forma temporária para Brasília, fico cá pensando com meus botões o que estas férias me trouxeram de positivo e/ou negativo, se é que as coisas precisam ser colocadas desta forma...

Uma rápida reflexão(e clichê) é válida neste dia insípido:

1: Mudanças são sempre válidas ainda que doloridas.
2: Tais mudanças ocorrem vagarosamente e se efetuam com perdas e ganhos.
3: Não tire férias enquanto os amigos próximos estejam trabalhando.
4: Rotinas são importantes, mesmo que entediantes.
5: Solidão no período de férias é frustrante, mas necessária em momentos outros.
6: É sempre bom olhar para outros lados e deixar que os ouvidos se ocupem de novos barulhos.
7: Não tire férias com pendências, qualquer que seja ela!

Enquanto isso lembro dos filmes intensos do cigano Tony Gatlif,

que estará sempre por perto quando me encontro em situações de mudanças físicas, emocionais, substanciais e o diabo a quatro...


Recomeçar.

J.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Problemas não resolvidos, outros criados e contingências acontecem a toda hora.!


Querido diário

Hoje depois da insônia acordei cedo (rs). Sim acordei cedo e fui resolver algumas pendências no centro da cidade e encontrar uma amiga querida que estuda o pensador alemão Ludwing Feuerbach em um determinado programa de mestrado. Mesmo sendo criada sob uma rígida educação religiosa protestante e da qual não vai abdicar segundo ela mesma, ela consegue defender o pensador que tinha como projeto restabelecer a unidade integral do homem, que foi cindido pela redução operada pala ilusão do cristianismo e de qualquer outra religião baseada em entidades transcendentais. Divertida com todo o seu vocabulário de moça criada na roça, cria analogias impagáveis ao mesmo tempo que um recato a envolve de uma tristeza estranha.

Depois de encerrado o encontro, fui flanar pelo centro da cidade, olhei vitrines, senti o sol encarnando na pele, a multidão que descia e subia na rua principal, fui a mercado central, vi pessoas usando o crack , fique temeroso e fiquei com fome logo depois. Uma avalanche de pensamentos me tomava e eu não conseguia resolver um problema que teimava em permanecer, até que descobri que ele ia realmente permanecer.

Ao chegar em casa e preparar a janta, uma comida leve e de origem árabe, (sim só cheguei na noite) minha tia abre a porta e sorri pra mim. Eu só tentei. Tinha programado em ver filmes que concorrerão ao OSCAR no próximo domingo com meu querido irmão Wesley de Castro.
Meu amigo Rodrigo ligou de Juiz de Fora cidade mineira que é bem parecida com Aracaju e ao escrever aqui minha perna coça, tenho vontade de ir ao banheiro...

E assim a vida continua........

J.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O desejo era de deitar.....

Era segunda-feira de carnaval. Demorei a abrir os olhos. Me arrastei até o banheiro, meu corpo sofreu para ficar em pé. Decidi ir a casa de minha família no interior. Fui. Algo me engolia pra dentro de mim mesmo. Eu parei. Eu pensei. Não posso parar.

A estratégia era forçar a sair de dentro. Estas férias têm sido um caos emocional infernal. A muito tempo não sinto esse estado intranquilo, perturbador.....
Enquanto isso tento recolocar os parafusos no lugar. É tudo muito estranho... o corpo reage da forma mas estranha, um deslocamento em relação a rotina dos meus queridos amigos, desconectado com o “movimento” atual, estou sem lugar... sem lugar... sem “pátria”, sem paisagem.... como diria um bela música cigana... mas nasci para o amor, mesmo sem ninguém ao meu lado. Agora fico pensando será que estou sofrendo de carências múltiplas?... e fico publicizando isso.. o que me importa.... já não sou o mesmo, ando até me emocionando com coisas que normalmente eu teria raiva...

De fato o momento é estranho, a crise é das piores, sofrendo bloqueios criativos. e o pior é que eu sou o culpado, escolhas fiz, escolhas erradas, lamentos e mais lamentos... o problema é que não consigo não consigo, agonia grande, agonia, muita....

E para não dizer que fiquei só na queixa, tenho pessoas lindas que gostam de mim ou de um arremedo do que sou eu, e o que sou eu?

e assim deixo o refrão de minha recente e empolgante descoberta do CD DIURNO da banda AVA

Acorda Amor
vou me deixar amanhecer
vou me deixar espreguiçar
sair daqui
se espanta amor
olhe os preços da cidade
vamos voar
se tudo pode
acontecer



J.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Depois dizem que eu sou rabugento!

Em meio a festa da carne Tom Tywker me encanta com um filme bobo, bobo mesmo e o pior é que tinha tudo para ser universalmente perfeito, se não deixasse de lado questões de incrível relevância ética atual como a produção de órgãos via células tronco e a manipulação de cadáveres na confecção de supostas obras de arte e da própria produção artística no mundo contemporâneo e se enveredar apenas para o lado xaroposo de um romance triangular que me tocou, sim, me tocou!

Uma apresentadora de TV e membro de um conselho de ética médica se envolve com um geneticista dono de um laboratório de criação de órgãos e tecidos humanos a partir de células tronco e sintéticas e


ao mesmo tempo que é casada com um fabricante de ideias de artistas, melhor explicando, ele constrói esculturas e instalações idealizadas por artistas e tem câncer testicular e como se essa trama não bastasse ele acaba se apaixonando pelo geneticista que não sabe que o semi-eunuco é casado com a apresentadora.

Tom Tywker me pegou de surpresa, admito que no geral o filme é bobo e mal desenvolvido desperdiça questões basilares que se desenrolam no seio social atual, mas eu sou suscetível a “ não ser determinado pelo biológico” tese central do filme e foi aí que eu caí. E eu devo realmente esta passando por alguma crise existencial pra gostar e um filme cheio de firulas como esse.....

J

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Quando amanhece e o dia chove



Acordei as dez horas da manhã desse carnaval, com uma intensa chuva sintomática, como diria Immanuel Kant “é como se a natureza quisesse”. Tenho certeza me arrasará emocionalmente.... Mas sigamos em frente.....

Ontem recebi a bela visita de um casal inteligente, psicólogos recém formados e distintos em suas personalidades e não hesitei em por um filme do genial cineasta Brian De Palma para comemorar. Na verdade já havia prometido para meu amigo Dante Andrade, sendo De Palma um de seus cineastas favoritos, que não por acaso tem como personagens recorrente pessoas com estados mentais traumatizados, o que significa que é um prato suculento para um debate caloroso. É o que sempre acontece depois de ver um filme ao lado dos meus queridos Dante e Michele, que agradeço bela bela noite!

Alguns historiadores da filosofia costumam afirmar que esta é uma disciplina que se alimenta dela própria, o que eu não concordo por inteiro nem discordo absolutamente. Muitas questões filosóficas surgem a partir de cotextos sócio-culturais e outras tantas a partir da própria história da filosofia que continuamente vai se debatendo, recriando e revisitando a si mesma. O que me faz crer que o cinema, do mesmo modo, se alimenta continuamente de si próprio e ninguém melhor para provar a minha tese que Brian De Palma, não só por referenciar e reverenciar o cinema clássico e principalmente o mestre Hicthcock, mas também por representar a crise estética vivida pelo cinema americano depois dos movimentos modernos que ocorre tanto nos Estados Unidos como na Europa e outros lugares ao redor do globo em meados dos anos 60/70. Claro que o cinema de De Palma comporta vários níveis interpretativos, várias camadas representativas. Mas em Irmãs Diabólicas a crise vivida pelas gêmeas siamesas é construída com as recorrentes marcas registradas do diretor, radicalizando a técnica suspensiva criada pelo mestre do suspense através da tela que se divide em momentos de intensa tensão causando no espectador um sensação quase que insuportável de suspense. A hipérbole que alcança a trama se desvela e se desdobra como recriação intempestiva entre o clássico e o moderno.

A trama do filme, como não poderia ser diferente, é recheada de reviravoltas. Um caso rápido entre uma modelo e um ator negro termina no trágico assassinato do ator e é cometido pela irmã gêmea siamesa da modelo que é emocionalmente abalada depois que as duas foram separadas.... ao mesmo tempo que uma jornalista que mora em um prédio em frente testemunha o assassinato e busca investigá-lo, além do estranho ex-marido da modelo que a persegue continuamente, esse é o máximo que posso descrever dessa trama pra lá de maravilhosamente rocambolesca, tamanha são as surpresas que o roteiro do próprio Brain De Palma proporciona.

Ao fim da sessão estavamos extasiados e todas as teorias freudianas possíveis (rs) foram acionadas para uma belo debate acerca do comportamento humano, dos processos de curas psicanalíticos e ainda deu tempo para uma falar sobre o discurso filosófico do sujeito. Lindo.

Mas o dia amanheceu assim......

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Para não dizer que meu olhar ficou parado ou como ser derrotado por um refrão



Quem compartilha as situações do meu cotidiano sabe que eu tenho uma resistência conceitual para gostar de coisas que se intitulam como novas, principalmente quando se trata do gênero artistico musical. Sou muito restrito com aquilo que gosto de ouvir e essas “novidades” se propagam como se não houvesse toda uma história antecedente musical. A maioria da produção musical contemporânea é morna e não tem a paixão de outrora e de fato refletem uma época anômica que o máximo que levam a cabo é encher as letras de poesias melosas e xaroposas, além de fazer de todo tipo de ruído e sons esquizofrênicos melodias que se ancoram na pecha intelectualizantes para manobrar os poucos avisados. Contudo, não nego que essa fórmula pode funcionar, ao menos num campo emotivo. Quando espíritos velhos como o meu busca vivenciar os tempos atuais e acaba se envolvendo de alguma forma com essas novidades, a avaliação do presente é mais, digamos, crítica.

O que me leva a falar de um cantor que me derrubou, ainda que suas músicas se assentem na fórmula que acabei de descrever. CICERO e seu álbum CANÇÔES DE APARTAMENTO me conquistou, ainda não sei porque, mesmo encontrando uma tristeza que me emociona, mesmo que eu perceba uma entrega no jeito com que ele canta, mesmo que.... ainda não entendo..... e quando ouço o refrão:

Nem vi você chegar
Foi como ser feliz de novo
Nem vi você chegar
foi bom te ver sair de novo

Me derreto emotivamente, não há razão aparente, é puro sentimento que me invade, porque isso me tocou, porque? Porque?


Não se esqueça
por enquanto
de esquecer alguma coisa
pela casa
e vir buscar do nada


Gosto de todas as músicas de seu disco é de uma coerência interna quase assustadora para um álbum que se inscreve numa tendência de misturar toda espécie de miscelânea. É um álbum belo, recheado de músicas igualmente belas …..

Pelo Interfone

Fala pra ele
Que ele é um sonho bom
Que mudou o tom
Da tua vida
Comprida
Fala pra ele
Do disco do tom jobim
Do seu apelido e de mim
E chora
Ah, dindi
Se tu soubesses como machuca
Não amaria mais ninguém
Fala pra ele
Que a vida é um balão
Pra cuidar do seu coração
E chora
-pra onde elas vão?
-embora...
Ah, dindi
Se tu soubesses como machuca
Não amaria mais ninguém
Ah, dindi
Se tu soubesses
Ah, se tu soubesses
Não contaria pra ninguém
Fala pra ele o que nunca falou pra ninguém
Pra ele também.

J.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Um Pescoço, uma dor e o medo: reflexões de dias estranhos.


No filme Taiwanês O RIO, o personagem vivificado pelo ator fetiche do diretor Tsai Ming-Liang Lee Kang-sheng mergulha num rio poluído a fim de protagonizar uma cena em um suposto filme, ao passo que depois da execução do trabalho ocasional, uma estranha dor toma conta de seu pescoço. O filme se desenrola entre as visitas do personagem a uma sauna para homens solitários, a busca desmedida pela cura, um céu que teima em desabar em águas e uma incomunicabilidade desconcertante . A narrativa fílmica revela o mundo caótico de uma civilização destroçada em sua identidade pelos processos de produção que foram forjados ao longo da história e que em sua face mais cruel, além de desintegrar o que é sólido e referencial, passa a fragmentar a subjetividade do indivíduo, diferenciando-o e ao mesmo tempo tornando-o homogêneo e passivo no processo hodierno de subjetivação, o personagem pouco reage aos acontecimentos que lhe arrastam no seu cotidiano amorfo e entediantemente dolorido.

Lembro aqui dessa Obra-prima do cinema atual, porque desde que o ano entrou de porta a dentro que sinto uma anomia solitária em meu cotidiano, um mal-estar solapante do mesmo modo qual o personagem Hsiao-kang é imerso. Nas minhas últimas leituras apreciativas revelava que o cuidado de si é uma arma para resistir a máquina impiedosa da política econômica que nos circunda em dias pré-apocalípticos, quiçá apocalíptico, em que estamos vivendo. Em tal leitura, o autor lembrava que os gregos nutriam uma busca pela verdade interior capaz de construir uma interioridade baseada em uma estética da existência e defende que se já foi possível construir uma existência em que o dizer a verdade era imprescindível para a modulação de uma dada subjetividade, é possível encontrar brechas para produzir uma subjetividade que resista as imposições tecno-biológicas que exercem seu poder sobre os corpos. Mas sinto cada vez mais uma amargura tamanha que hoje amanheci com um dor lancinante em meu pescoço, resta-me produzir suspiro estéticos de existência ainda que virtuais....

e sejam bem-vindos.....

J.