domingo, 25 de março de 2012

E NÃO SOBROU NADA NO FIM?


Enfim terminei de ler um livro que estava a mais de uma semana, acho que uns 15 dias, tentando me livrar. Livro que foi muito elogiado por um amigo meu, mas que se mostrou desde o inicio brando, confortável e desmotivante. Particularmente achava que o meu amigo não iria gostar desse tipo de leitura, mas nem sempre é assim, às vezes as coisas nos afeta de modos diversos, mesmo na apreciação estética de um produto artístico que em determinados casos precisa de certa objetividade, mas como venho lendo em um texto filosófico contemporâneo o EU é algo realmente impertinente, neste caso especifico do meu querido amigo é a experiência absolutamente subjetiva que avalia e encontra resposta objetivas para justificar as opções do gosto. O que nos leva a questão da identificação, mas o fato de você se identificar subjetivamente com algo não torna esse algo bom, o que acontece é que esse algo lhe torna afetivo, por uma relação análoga com uma ou algumas memórias e ou recordações afetivas.

UM DIA é O livro em questão e tem uma narrativa fácil e limpa, desejável, sim desejável para quem tem a tarde livre ou teve um dia cansado e ao lado de uma pipoquinha melhor ainda. Ele camufla os personagens que são críveis em determinadas situações, mas essas situações são mostradas acabadas, assépticas, sem rupturas e o pior é que tem essa pretensão de atingir uma ruptura, ao menos no conteúdo e mostrar uma realidade não comum a esse tipo de texto, mas isso é falsoE ele não tira a roupa dos personagens, não deixa que eles fiquem nus, expostos, tem sempre um colchão em baixo para apará-los na queda, ele no máximo deixa a mocinha sem luvas e mocinho de cueca, ele não deixa que eles se fodam e mostra uma historieta de encontros e desencontros como uma menina iludida depois do beijo inventado num sonho. Até que ele almeja um tom mais vivaz nas cem últimas páginas de suas 400 laudas, é uma espécie de último suspiro antes que acabe. Mas é um rápido e fugaz suspiro....

Essa semana que vem quero estrear outro livro, algo mais sério com certeza, talvez um livro brasileiro ou um clássico.

J.

Um comentário:

Gomorra disse...

Depois dele (ou melhor, paralelamente), stou lendo o livro do Ousmane Sembene que o professor Hypollite Bryce me presenteou lá no DAA...


Apesar de sua crítica pertinente, continuo mantendo a minha apreciação. Em verdade, acho que a tal "nudez" houve sim e que está muito coadunada ao tipo de experiência frustrada e limitada que eu tenho em relação ao sexo. Para um leitor virgem, talvez faça mais sentido. Para além da linguagem simples ser, de fato, demeritória, encantou-me a segurança referencial (pelo menos, no plano da historicidade 'pop') que a trama contempla. Mas, como te expliquei, talvez eu devesse estar iludido e/ou prejudicado pela péssima leitura de um livro do Nicholas Sparks (sic) antes disso.

Seja como for, mantenha-nos infomado acerca de sua p´roxima escolha, visse? Confio em ti, belezura!

Wesley PC>