sábado, 26 de maio de 2012

EM CRISE parte 200000

Querido diário
Estou em crise (como se fosse novidade), mas essa é estranha, ao mesmo tempo em que estou combatendo a letargia comum ao meu espírito, me saboto continuamente por outras vias, o que supõe o abandono de certos projetos como esse. Acabei de queimar o céu da boca num ato de desespero, tomei leite e achocolatado mais quente que o suportava e isso pode ser um sintoma ou um aviso.
Comecei a ler um livro que já de início se mostrou avassalador tanto em sua construção narrativa, quanto em sua abordagem história e intimista da vida de um escravo negro.
LIVRO: A FAMÍLIA GLORIOSA  - NOS TEMPOS DOS FLAMENGOS, escrito com maestria por Perpentela.
Amanhã seguirei viagem à Brasília, passarei  4 dias por lá....
Na Terça apresentarei comunicação em um charmoso congresso sobre “ religião, arte e filosofia nos séculos XIX e XX” , ansioso portanto!
E parece que minha estadia por Goiânia/Brasília está chegando ao fim.....
Voltar pra casa é bom mais uma sensação estranha me apodera, mas ainda é cedo!
Preparo-me para ver um filme agora....


terça-feira, 8 de maio de 2012

E eu confesso mais uma vez!



Confissão II: filmes que falam de triângulos amorosos comovem meu espirito.

Acho que estes tipos de filmes que tematizam o relacionamento entre três pessoas ao mesmo tempo revela algo do meu inconsciente, nunca pensei a respeito, mas acho que me parece o tipo ideal de romance que eu devo inconscientemente idealizar, assisti nos últimos tempos vários filmes nesta linha e sempre me emociono de uma maneira estranha, mesmo naqueles esteticamente menos apreciáveis, sinto algo realmente bom e comovente de modo que acabam nevoando meu olhar não podendo avalia-los mias objetivamente.

Confissão III: Douglas Sirk me arrasa emotivamente

Venho sofrendo ultimamente uma crise de carência afetiva violenta e como se isso não bastasse me aventuro a ver filmes prenhes de romances mal  acabados e não satisfeito resolvi ver mais um Douglas Sirk “Desejo Atroz”(1953) sobre um atriz mal-sucedida que resolve voltar a sua cidade natal depois de ter abandonado por anos seu três filhos e marido afim de não machuca-los devido a um romance extra-conjugal numa cidade pequena e conservadora.  

Como não poderia deixar de ser o filme sirkiano é hiperbolicamente dramático e soberbamente dirigido, é apaixonante e desestruturou a mim, contudo é um filme menor pois é muito rápido em suas conclusões, mais ainda assim, derrama paixão por todos os lados, meus olhos encheram de lágrimas em alguns momentos e meu coração disparou: é um filme sobre coragem, sobre a coragem que é preciso ter quando se quer amar.

E eu sou daqueles que AMA!

J.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

QUERIDO DIÁRIO: eu confesso!


Eu, Jadson Teles Silva, declaro publicamente que estou em uma profunda crise.
Desde domingo que não consigo obter concentração para as leituras necessárias para a confecção da primeira seção do segundo capítulo de minha dissertação sobre “O amor cristão como fundamento ético-religioso em Kierkegaard”.

Desde domingo uma apatia toma meu corpo minha alma e o que mais restar. Estou lutando, mas o enfrentamento parece ser algo muito interno numa zona de inconsciência, razões emocionais que não consigo enxergar parecem amarrar meu raciocínio.

Ao menos, estou conseguindo ver filmes, o que já é um grande consolo, me pergunto por que deste bloqueio? e não acho uma resposta saudável se quer, vou lavar roupa e pratos, quem sabe algo não desperta....

Estou cansando......

Irritei-me com uma moradora aqui da republica, o bom diálogo se faz necessário quando se pretende conviver em grupo. Relato: Ela sem comunicar ou mesmo sem pedir licença para mim e para o outro morador hospedou um senhor de mais de 70 anos aqui pra república, ou seja, causou um estranhamento em relação ao espaço e a dinâmica da casa. Não me importo se hospedem mil aqui, mas venho percebendo atitudes arbitrárias aqui na casa e ela não conhece minha fama, se o ódio me tomar... Aí de ti! 

Acabo de receber uma mensagem carinhosa de um amigo emocionado e isso vai me fazer bem no enfrentamento com o dia em curso! 

Muitíssimo OBRIGADO!

J.

terça-feira, 1 de maio de 2012

UM FILME, UM PESADELO: um dia.




Hoje não foi um bom dia. Ontem tive um pesadelo, minha mãe me mostrava o braço cheio de ferida e depois teve que decepá-lo, teve mais coisa que não lembro. Acordo agoniado e assim permaneci pelo dia todo e pra além de uma crise de rinite alérgica que me tom desde a semana passada, sobrevivo....
 Preciso voltar as minhas atividades hodiernas antes que uma crise de impotência me sufoque.
Ontem vi um filme que me lançou de volta a minha infância em Itaporanga, que não é uma região sertaneja é fato, mas como nasci em um povoado desse munícipio sergipano, muito pobre e afastado do centro da cidade onde o clima de isolamento se faz a todo instante, não tive como não me emocionar diante do que se desenrolava na tela. Pensei que iria odiar esse filme: MUTUM é um retrato impressionante de muitos lugares no país e de muitos como eu!

O filme é de uma rara beleza, não apenas pela deslumbrante fotografia, mas por retratar um isolamento que condiciona ao sofrimento e a construção de subjetividades igualmente distantes, vazias e secas ao mesmo tempo em que o inverso é possível e no contrates combativos destas duas forças que o filme genialmente se dilata no tempo de sua narrativa.

Baseado em um conto do livro “Campo Geral” de João Guimarães Rosa, que narra a estória de uma família que mora isolada no sertão de Minas Gerais sob o olhar de Tiago uma criança que é acusada pelo pai de “se achar melhor que os outros” e ignorado pela avó ao mesmo tempo em que recebe afetuosos carinhos da mãe e do tio e a cumplicidade do irmão. O filme se desenrola mantendo certo distanciamento para não gerar um suposto sentimento de piedade no espectador, nada é excessivo. O corte é preciso.  Ao mesmo tempo em que a câmera é próxima do corpo, da pele dos personagens.
E o dia continua assim distante, seco....