quinta-feira, 8 de março de 2012

Sim, eu defendo o cinema americano!


Ontem aconteceu a primeira reunião do grupo de filosofia e cinema aqui na Universidade Federal de Goiás, uma tentativa de discuti o que seria uma “filosofia do filme”. Houve uma tentativa de estabelecer as diretrizes para o grupo. Apenas três pessoas que circulava no grupo no ano passado deram as caras, as discussões são boas, mas o que me espanta ainda é o fato que pouco se sabe sobre o cinema clássico americano, quer dizer, pouco se vê do cinema clássico e tenho que defender o cinema americano a todo tempo, ninguém mais vê e fazem as críticas mais injustas. A querida professora Carla parece meio perdida ainda sem saber como comandar o barco, tento contribuir um pouco, mas no fundo eu não vejo paixão daquelas pessoas ali presente, talvez os tempos sejam outros mesmo!

Então, depois de ontem decidi ver mais cinema clássico, tendo em vista que apesar de tudo ainda sinto que sou falho com ele e decidi começar com Howard Hawks e seu (des)complicadíssimo “À Beira do Abismo”. Como um bom filme noir, a trama gira em torno de um detetive que se envolve com um submundo cheio de assassinatos, chantagem e claro um mistério que teimava em ficar cada vez mais complicado à medida que a trama se desenrolava e como um bom filme clássico tudo se encaixa no final.

Foi muito bom ter visto um verdadeiro clássico com todas as regras lá, uma câmera segura que nos dava o ponto de vista narrativo do detetive e que deduz os pequenos mistérios mais não tudo obviamente, mas como um quebra-cabeça tudo se encaixa, estavam lá todas as peças, mas que só a maestria de um diretor compulsivamente melodramático consegue regê-las, fazendo com que o filme grude em nosso olho de forma até patológica.

Parece óbvio para mim, outrora pareceu também para os Cahier du Cinema , mas não parece tão óbvio hoje em dia. Pergunto-me se o cinema não clássico (o convencionalmente chamado cinema de arte) causa o mesmo tipo de alienação que de fato causou e causa o cinema americano, se o olhar não vicia, de forma a não poder enxergar certos contrastes, sensações e tensões que pode haver em filmes que se estruturem de uma ou de outra forma, ou será que o problema não está mesmo nos filmes ou com o tipo de ideologia que eles defendem, o problema é ainda mais complicado, outras variantes devem ser investigadas.

Enquanto isso, me programo para mais cinema clássico essa semana!

Jadson.

Um comentário:

Pseudokane3 disse...

Mais uma vez, irmanado.
Muito irmanado.
Este filme fica cada vez melhor (e mais complicado) sempre que revemos.
Insista, siga na luta, estou aqui dando força!

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