domingo, 17 de junho de 2012

CINEMA, FILOSOFIA: UMA RETOMADA DO MEU EU IMPERTINENTE



Uma das coisas mais positivas na minha passagem aqui pelo centro-oeste brasileiro, além da minha relação promíscua com as duas maiores universidades dessa região, foi ter me reconciliado com o cinema, calma, digo sobre o estudo acadêmico deste. Na verdade a abordagem do cinema pela fria e distante filosofia, mesmo que ainda com discrição, mas já apontando para algumas formulações que espero que sejam bem-vindas num futuro próximo. Há muito era um projeto vivo em minhas pretensões acadêmicas, essa tal relação sempre muito problemática e mal vista, mais essa pretensão foi adormecendo dando lugar a outras preocupações.
 Mas graças ao grupo de estudos Kinosophia que opera meio que a contra-gosto e sem um programa definido foi tateando as possibilidades de estudo do cinema pela viés filosófico e mostrando que é possível sim fazer uma espécie de filosofia do filme ou filosofia do cinema. Em meio a minha pesquisa totalmente diversa, que tem o foco em filosofia da religião (outra coisa bem mal vista) encontrei tempo, oportunidade e o apoio de uma professora de estética bacana, que além de estudar Walter Benjamin e a teoria do gosto e da percepção, se envereda deliciosamente por essa vertente nova e que cuidadosamente e ou carinhosamente estamos chamando de filosofia do filme, em meio a criação do grupo dos deparamos com algumas teorias filosóficas que tratavam do cinema e por uma (in)feliz coincidência um filósofo alemão, vinculado a teoria crítica da escola de Frankfurt, chamado Josef  Früchtl, ofereceu um curso sobre sua filosofia do filme (presente em seu livro O EU IMPERTINENTE- uma história heroica da modernidade) aqui na Universidade Federal de Goiânia-UFG, na verdade uma interpretação filosófica e cultural sobre a representação no cinema da figura do herói. A princípio pareceu muito estranho, mas com a leitura e a recente confecção de um artigo sobre o tema clareou-se muitas coisas e sobre tudo o método utilizado pelo filosofo da 3° geração da escola de Frankfurt. O tal artigo trata dos pressupostos do filósofo que passeia referencialmente por Hegel e Freud e diversos interpretes da modernidade filosófica e que tem como maior problema a ideia ou o conceito de EU ou do SUJEITO e sua fratura, e de como esse EU tornou-se impertinente, como bem afirmou Adorno em sua Minima Moralia e ainda tendo como base hermenêutica o Western Rastros de Ódio que segundo ele, é a perfeita e multifacetada representação desta: HISTÓRIA HERÓICA DA MODERNIDADE.



Bem o artigo será publicado em breve numa revista eletrônica chamada Inquietude, vinculada ao curso de graduação em filosofia da UFG.

E Eu retorno em breve a minha terra, a meu pequeno, querido e frutífero Aracaju, mas ainda não terminei minha aventura por essas terras, a muito a desbravar como um errante em busca deste interior fraturado....

J.