sábado, 25 de agosto de 2012

SOBRE CIGANOS E CINEMA BRASILEIRO



Depois de uma piada levada a sério duas de minhas melhores amigas veem me visitar de supetão, enquanto eu ainda tento me realocar aqui em Goiânia, próximo a passar pela primeira avaliação do meu texto dissertativo e também de voltar em definitivo pra minha cidade quase natal! Em meio a toda essa loucura que deixa a vida mais interessante tento voltar para a organização de algumas atividades como reencaminhar o grupo de estudos sobre filosofia do filme, e minhas leituras obrigatórias para a confecção do resto do meu texto, em meio a isso tudo ainda preciso ver os filmes que me alimentam enquanto ser vivo, pensante que existe e tem fome....

Depois de um bom debate com o intelectual com quem divido a moradia, cheguei à conclusão que tanto eu quanto ele merecia/precisava de mais cinema Brasileiro, de modo que escolhi um filme icônico que não visto por ambos, a fim de exemplificar os nossos argumentos. O ASSALTO AO TREM PAGADOR foi o escolhido e foi além de nossos anseios, de nossos argumentos, foi um soco no estômago, fomos sentindo uma vergonha iminente a cada segundo precioso desse verdadeiro manifesto contra a miséria e o capitalismo, contra as representações de sociedade que poluem nosso imaginário, contra a falsa ideia de um homem brasileiro, contra a falsa ideia que o Brasil não tem cinema.
Sim senhor, o Brasil tem cinema e como têm!
E sejam bem-vindas NINALCIRA E PATRICIA!
Jadson.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

DA ARTE DE SE FAZER UM FILME COM UMA HISTORIA OBVIAMENTE CLICHÊ


Hoje recebi várias mensagens desesperantes de meus amigos mais íntimos.
Hoje eu comi macarrão e o dia, esses dias estão muito densamente tristes.
Hoje eu vi dois filmes.
Hoje não li nada ainda.
Hoje estou esperando um amigo.
Hoje tem que passar, POIS AMO!

J.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O RESULTADO DE UM DIA EM QUE A PORNOGRAFIA E O ENCLAUSURAMENTO SE COINCIDIRAM



Todos que me conhecem, conhecem também minha fobia por pesadelos e sonhos e coisas afins, mas vez ou outra eles aparecem nas noites. E na madrugada passada tive um pesadelo estranho, o qual não lembro por inteiro, mas tentarei resumir aqui:

Estávamos Tiaguinho e eu na casa de meus avôs quando surgiu uma competição estranha, que não lembro o que era e depois estávamos na rua, me parece que no centro de Goiânia, quando roubei alguma coisa de sua mão e ele ficou puto da vida e decidiu fazer um programa com um travesti, decidi segui eles até um motel. Entramos lá e não conseguíamos sair, era uma prisão tinha muita gente lá, inclusive meus amigos Nina Sampaio E Wesley PC, tentávamos de tudo e ainda éramos acuados por monstros o tempo todo! Putz! Acordei muito assustado.

Antes tinha assistido ao filme francês “ 17 fois Cécile Cassard” do excelente diretor Christophe  Honoré que tinha me deixado encantado com a história de uma mulher depressiva que vai paulatinamente encontrando o sorriso, mas quando ela proclama a frase “eu amo tudo em minha vida, inclusive o pior” que me derreto todo. Honoré é impressionante, não é uma autoajuda fajuta, ele é catártico! É clínico! Percebi como sempre tem alguém traumatizado e vai superando e arrastando as auguras necessárias do viver para num momento resinificar a vida.

E hoje o dia passa e preciso sobreviver a ele, mas uma vez!

J.

domingo, 19 de agosto de 2012

UMA SENSIBILIDADE NOVA


Meu corpo envelhece e com isso perde sua antiga forma, os órgãos que já não são os mesmos aponta um amargo que me escapa a boca, uma nova forma surge no exterior e uma nova sensibilidade aflora intimamente, sinto como se o mundo reclamasse uma nova relação com a natureza e consequentemente comigo mesmo, afinal não estou fora do mundo. Urge também uma nova relação com o tu sensível do outro e do totalmente outro, em suma uma nova estetização da vida.

O meu novo-velho corpo me obriga à contenção, devo negar a expansão ilimitada de meu desejo em nome da sobrevivência. É preciso calar e recuperar o meu ser perdido, olhar o futuro imediato com novos olhos. Obedeci em partes a meu desejo por muito tempo, agora é preciso recuperar o corpo, colocá-lo em sintonia com o meu desejo ou com o meu espírito (que paradoxalmente é mais que meu ser) para reencontrar-me.

Devo encontrar um meio para que o meu corpo não apague meu desejo e que meu desejo não apague o meu corpo, pois é tempo do entardecer. É tempo de humildade....

Em meio  ao conflito com meu corpo-espirito-desejo, vejo um filme menor, previsível em suas conclusões dramáticas e conduzido de forma pouco convencional, mais ainda assim bonito, um filme sobre a natureza, sobre o ser jovem, sobre a sensibilidade do ser, razão e coração, sentir o mundo, sentir o corpo e se embriagar do verde das árvores e do frio vento que sopra, deixando que o desejo tome formas.... NO BOSQUE é um filme assim, sobre impressões, sobre o deixar-se perder em meio à beleza extasiante da natureza e por vezes permitir que os corpos humanos se toquem, foi importante recuperar a reflexividade do meu eu mesmo....

Tenho problemas com filmes experimentais, forçosamente experimentais, de modo que não sei se fiz concessões demais com esse filme, mas ao fim acabei gostando muito dele, tinha um frescor juvenil que alegrava meu coração, tinha natureza, tinha desejo, tinha vida!

J.