Uma das coisas mais positivas na
minha passagem aqui pelo centro-oeste brasileiro, além da minha relação
promíscua com as duas maiores universidades dessa região, foi ter me
reconciliado com o cinema, calma, digo sobre o estudo acadêmico deste. Na verdade
a abordagem do cinema pela fria e distante filosofia, mesmo que ainda com discrição,
mas já apontando para algumas formulações que espero que sejam bem-vindas num
futuro próximo. Há muito era um projeto vivo em minhas pretensões acadêmicas,
essa tal relação sempre muito problemática e mal vista, mais essa pretensão foi
adormecendo dando lugar a outras preocupações.
Mas graças ao grupo de estudos Kinosophia que
opera meio que a contra-gosto e sem um programa definido foi tateando as
possibilidades de estudo do cinema pela viés filosófico e mostrando que é possível
sim fazer uma espécie de filosofia do filme ou filosofia do cinema. Em meio a
minha pesquisa totalmente diversa, que tem o foco em filosofia da religião (outra
coisa bem mal vista) encontrei tempo, oportunidade e o apoio de uma professora
de estética bacana, que além de estudar Walter Benjamin e a teoria do gosto e
da percepção, se envereda deliciosamente por essa vertente nova e que cuidadosamente
e ou carinhosamente estamos chamando de filosofia do filme, em meio a criação
do grupo dos deparamos com algumas teorias filosóficas que tratavam do cinema e
por uma (in)feliz coincidência um filósofo alemão, vinculado a teoria crítica
da escola de Frankfurt, chamado Josef Früchtl, ofereceu um curso sobre sua filosofia
do filme (presente em seu livro O EU IMPERTINENTE- uma história heroica da
modernidade) aqui na Universidade Federal de Goiânia-UFG, na verdade uma
interpretação filosófica e cultural sobre a representação no cinema da figura
do herói. A princípio pareceu muito estranho, mas com a leitura e a recente
confecção de um artigo sobre o tema clareou-se muitas coisas e sobre tudo o
método utilizado pelo filosofo da 3° geração da escola de Frankfurt. O tal
artigo trata dos pressupostos do filósofo que passeia referencialmente por
Hegel e Freud e diversos interpretes da modernidade filosófica e que tem como
maior problema a ideia ou o conceito de EU ou do SUJEITO e sua fratura, e de
como esse EU tornou-se impertinente, como bem afirmou Adorno em sua Minima
Moralia e ainda tendo como base hermenêutica o Western Rastros de Ódio que
segundo ele, é a perfeita e multifacetada representação desta: HISTÓRIA HERÓICA
DA MODERNIDADE.
Bem o artigo será publicado em
breve numa revista eletrônica chamada Inquietude, vinculada ao curso de
graduação em filosofia da UFG.
E Eu retorno em breve a minha
terra, a meu pequeno, querido e frutífero Aracaju, mas ainda não terminei minha
aventura por essas terras, a muito a desbravar como um errante em busca deste interior
fraturado....
J.
Um comentário:
Na espera, portanto...
Quem sabe esse tal de Josef não me fisgue por completo agora. Uhummmmmmmmmm!
WPC>
Postar um comentário