Acordei na madrugada
assustado com um sonho do qual não me lembro, pior que sonhar é não lembrar o
sonho. Bem, cansado não conseguia voltar a dormir, levantei dei uma mijadinha e
fui fazer uma limpeza no meu computador, depois de botar alguns filmes do Brian
Depalma pra baixar voltei a dormir..... Acordei
quase nove, levantei de mal humor. Joyce viajou e Aelton foi fazer um bico,
digo, ser fiscal numa prova de um concurso local. Fiquei quieto no meu quarto
lendo as densas linhas da tese adorniana sobre Kierkegaard. Aqui Adorno faz uma
severa crítica ao sujeito e a filosofia burguesa-cristã de Kierkegaard.
KIERKEGARD – A COSTRUÇÃO DO ESTÉTICO é daqueles livros implacáveis do filósofo da
escola de Frankfurt, mas como sempre percebo um tom arbitrário em muitas de
suas afirmações, todo caso acho que ele não entendeu ao que Kierkegaard se opunha
e como ele fazia isso (só lembrando que
um dos primeiros textos de Adorno ele ainda jovem) Gosto de algumas de suas
formulações críticas, mas é inegável que Kierkegaard se afastava da política
por que não via saída pro homem por esse viés -é preciso realmente construir um
privacidade subjetiva filosófica e religiosa, em outras palavras, construir um
ética-estética da existência. O dado livro está me ajudando a projetar um
futuro texto sobre a relação Kierkegaard- Nietzsche- Foucault que estou em
mente, por mais que o livro seja muito difícil e duro de escavar seus
conceitos, tenho certeza que ao final ele me será muito útil.
E falando de ética,
estética e existência, me submeti a uma maratona de filmes “bixas” produzidos
no ano de 2011 no dia de ontem e comecei pelo filme nacional e adolescente “ OS 3” de Nando Olival que não é bem bixa, mas estava valendo como um processo de descobertas amorosas e sexuais,
no qual 3 jovens universitários dividem
um apartamento e desenvolvem uma afetividade mútua e seguido pelo igualmente adolescente, mas de uma simplicidade
estonteante e porque não apaixonante filme
belga NOORDZEE, TEXAS de Bavo Defurne sobre a construção do fetiche sexual e
dependente deum adolescente, passando pelo quase ruim filme argentino do Marco
Berger AUSENTE, sobre outro adolescente que tenta seduzi seu professor com
táticas heterodoxas e por fim o maduro e discursivamente complexo J. EDGAR de Clint Eastwood sobre o criador do FBI e
seu relacionamento casto com o numero 2 da instituição por mais de 30 anos. (foto é o casal real) E ao
final o que eu queria com isso? me tornar uma pessoa melhor? Ainda não sei mais
foi me dado vários contra-exemplos!
J.
Um comentário:
Minha intuição afirma que gostarei de 0S 3 bem mais do que tu...
Sobre o Marco Berger: gosto muito dos curtas-metragens dele, mas ele força a barra, é o tipo de viado que acha que todo mundo é viado também. Concordo com ele que até que deveriam, mas... O mundo não é como a gente quer, né?
Sobre o filme belga, ouvi falarem por cima... Quando eu me deparar com ele na TV, arreganho as pernas, sem muita expectativa.
Eastwood é Eastwood : vi ainda não, mas eu sei, eu sinto...
E, sobre o Adorno, lembrei no ato daquele bela conversa na mesa da casa de tua tia... E a resposta é SIM! (wpc>)
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