Aleksandr Sokurov, assim se chama o responsável pela minha
insônia de hoje, acordei no meio da madrugada e não voltei a dormir, em meio a
vários pensamentos desconexos e ou antecipatórios de situações/projeções futuras,
o filme PAI E FILHO (2003) se tornava quase onipresente. Eu vi o filme na tarde
anterior a essa madrugada insone. Confesso que o entendimento do filme ficou
longe de uma satisfação plena, mas ele pareceu sinestésico para mim, com todo o clima
onírico e desejoso que a relação entre um jovem pai e um filho já iniciando a
idade adulta poderia passar- isso em uma situação (semi)ideal. Além de ser magnificamente
interpretado e dirigido com uma pegada teatral e sob uma rígida e sentimental
trilha sonora, o filme parecia entrar no passado e estar sempre num embate em
que, salvo uma situação, a autoridade paterna não era o alvo crítico nem muito
menos levada em conta na dramatização da narrativa. Tentei ler o filme como
uma representação subjetiva de um ideal romântico na busca interior pela
aceitação daquilo que você projeta como um desejo irreconciliável com aquilo
que você quer e aquilo que você pode ser/ter.

Mas pode ser que nada disso seja, e eu não sei como será o
meu dia depois de só 4 horas dormidas...
J .